A filósofa Marilena Chaui afirma que se considera parda e por isso aprovou a inserção de seu nome em uma homenagem a professores negros da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Ela, no entanto, não se declara negra. "Não me considero negra porque meu pai e a família dele são brancos. Mas, no espectro racial, não sou branca, e por isso me tenho colocado como parda", diz à coluna, por email.
O conceito de "população negra" como a união de pessoas pardas e pretas surgiu em movimentos negros, na década de 1990, apoiado por pesquisas que demonstravam que pardos e pretos compartilhavam condições socioeconômicas semelhantes. O Estatuto da Igualdade Racial, sancionado em 2010, define a população negra como o conjunto dos que se declaram pretos e pardos.
Uma pesquisa recente do Datafolha, por outro lado, aponta que a maior parte das pessoas que se consideram pardas no Brasil não se identificam como negras.
O projeto da FFLCH, intitulado Memória Negra, reúne em uma página da internet 29 professores autodeclarados negros que deram aulas na instituição.
A presença de Chaui, ao lado do geógrafo Milton Santos, referência na temática, viralizou nas redes sociais.
Chaui afirma que, nos últimos anos, se declarou como parda quando consultada, baseada em sua família por parte de mãe. Ela diz que a decisão se deve à "mudança de percepção decorrente de estudos históricos e antropológicos" sobre a questão racial no Brasil.
"Meus bisavós maternos eram pardos", afirma a docente.
"Pessoalmente, não participo dos movimentos sociais dedicados a essa questão, embora conheça muitos dos integrantes, com quem mantenho contato enquanto colegas universitários", diz.
Sem frequentar o universo digital, Chaui relata ter se surpreendido com a repercussão. "Eu não participo do mundo digital e fiquei surpresa quando uma colega me contou que minha declaração se espalhou pelas redes sociais."
AO MESTRE COM CARINHO
Organizadores do livro "O Ministro que Mudou a Justiça: Márcio Thomaz Bastos", os advogados Celso Vilardi, Maíra Salomi, Pierpaolo Cruz Bottini e Sônia Ráo receberam convidados para o lançamento da obra, na quinta-feira (28). O evento, na Faculdade de Direito da USP, centro de São Paulo, teve debate e sessão de autógrafos.
com JOELMIR TAVARES, KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.