Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu USP Consciência Negra

Marilena Chaui diz que se considera parda, não negra, apesar de homenagem da USP

Filósofa foi incluída em memorial de professores negros da FFLCH

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A filósofa Marilena Chaui afirma que se considera parda e por isso aprovou a inserção de seu nome em uma homenagem a professores negros da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Ela, no entanto, não se declara negra. "Não me considero negra porque meu pai e a família dele são brancos. Mas, no espectro racial, não sou branca, e por isso me tenho colocado como parda", diz à coluna, por email.

Captura de tela de uma página de internet com a foto de Marilena Chauí em preto em branco com o título "memória negra"
Filósofa Marilena Chaui foi incluída em mapeamento de professores negros da USP - Reprodução/USP

O conceito de "população negra" como a união de pessoas pardas e pretas surgiu em movimentos negros, na década de 1990, apoiado por pesquisas que demonstravam que pardos e pretos compartilhavam condições socioeconômicas semelhantes. O Estatuto da Igualdade Racial, sancionado em 2010, define a população negra como o conjunto dos que se declaram pretos e pardos.

Uma pesquisa recente do Datafolha, por outro lado, aponta que a maior parte das pessoas que se consideram pardas no Brasil não se identificam como negras.

O projeto da FFLCH, intitulado Memória Negra, reúne em uma página da internet 29 professores autodeclarados negros que deram aulas na instituição.

A presença de Chaui, ao lado do geógrafo Milton Santos, referência na temática, viralizou nas redes sociais.

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Marilena Chaui durante evento em 2022 na FFLCH - Marlene Bergamo - 15.ago.2022/Folhapress

Chaui afirma que, nos últimos anos, se declarou como parda quando consultada, baseada em sua família por parte de mãe. Ela diz que a decisão se deve à "mudança de percepção decorrente de estudos históricos e antropológicos" sobre a questão racial no Brasil.

"Meus bisavós maternos eram pardos", afirma a docente.

"Pessoalmente, não participo dos movimentos sociais dedicados a essa questão, embora conheça muitos dos integrantes, com quem mantenho contato enquanto colegas universitários", diz.

Sem frequentar o universo digital, Chaui relata ter se surpreendido com a repercussão. "Eu não participo do mundo digital e fiquei surpresa quando uma colega me contou que minha declaração se espalhou pelas redes sociais."

AO MESTRE COM CARINHO

Organizadores do livro "O Ministro que Mudou a Justiça: Márcio Thomaz Bastos", os advogados Celso Vilardi, Maíra Salomi, Pierpaolo Cruz Bottini e Sônia Ráo receberam convidados para o lançamento da obra, na quinta-feira (28). O evento, na Faculdade de Direito da USP, centro de São Paulo, teve debate e sessão de autógrafos.

com JOELMIR TAVARES, KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH

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