Assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda defende que o tenente-coronel Marcelo Ustra da Silva Soares (PL), eleito vereador por Porto Alegre, tome posse. Ele diz esperar que tenha uma conduta democrática, "apesar do nome".
Marcelo, que usou o nome "Coronel Ustra" na campanha, recebeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), exaltou Carlos Alberto Brilhante Ustra, primo do vereador eleito. Ustra, morto em 2015, chefiou o DOI-Codi, órgão de repressão militar.
Para Miranda, ex-ministro de Direitos Humanos no primeiro mandato de Lula (PT), se Marcelo Ustra não tiver envolvimento com nada ilegal, não há empecilhos para sua eleição. "Importante é a memória. Ele [Carlos Alberto Brilhante Ustra] foi o primeiro torturador condenado no Brasil."
"Agora, é bom votar sabendo o que o Carlos Alberto Brilhante Ustra fez. Tem que ter em todos os lugares, nos filmes, no teatro, na literatura, nas escolas", afirma. "O que me assusta é a sociedade não ter ainda tomado para si isso. Quem elege é porque ou desconhece ou se conhece acha que deve ser."
Miranda, ex-militante contra a ditadura que foi preso e torturado, afirma ainda que espera que os vereadores de Porto Alegre façam debates civilizados "na presença dessa pessoa". "Espero que ele tenha uma conduta democrático, apesar do nome", afirma.
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