Cena 1 - lavanderia
Lula vê Sergio Moro lacrando seu estabelecimento. Depois de enfrentar uma longa jornada burocrática, Lula conhece Janja, uma mulher extraordinária que lhe ensina a viajar pelo multiverso. Eleito presidente, Lula descobre seu inimigo real: Arthur Lira. Em vertigem, Lula tropeça e cai num arcabouço fiscal infinito.
Cena 2 - Banco Central
Lula derruba mesas, cadeiras, papéis, escaninhos e armários de um imenso escritório. Começa uma briga frenética com Roberto Campos Neto. Centenas de investidores com colete da XP atacam o presidente. No fundo, um governador maníaco bate um martelo com força. Entre braços, pernas, cadeiras e taxas de juros, Lula avista Arthur Lira de longe.
Cena 3 - rampa infinita
Com um terceiro olho na testa, Lula sobe uma rampa branca. O fundo é branco, o céu é branco. Ao olhar para trás, o presidente vê Geraldo Alckmin com meias multicoloridas. Os poucos cabelos do vice-presidente se unem no cocuruto num formato de rosquinha. Ao olhar para frente, Lula vê Arthur Lira e corre em sua direção. Mas não sai do lugar.
Cena 4 - Alagoas
Terra descampada e árida. Céu azul. No alto de uma montanha, duas pedras tentam se aproximar. Em vão. Nenhum acordo é feito.
Cena 5 - Itaquerão
Vestido com a camisa da seleção brasileira, Lula se prepara para bater um pênalti. Toma distância. O estádio, lotado, está em silêncio. Com exceção de um guaxinim, que narra a partida. Confiante, o presidente se aproxima da bola e chuta forte, no ângulo. Arthur Lira defende.
Cena 5 - gabinete presidencial
Lula caminha na penumbra. Há muita fumaça, quadros rasgados nas paredes, goteiras caindo do teto. Vidros quebrados. Quando o campo de visão é aberto, vê-se Arthur Lira sentado na cadeira presidencial.
Arthur Lira diz: "Cada decepção e cada rejeição te trouxeram até aqui. Até este momento. Não deixe nada te distrair".
Lula responde: "Eu poderia estar em vários lugares, companheiro. Mas só quero estar aqui com você".
Lula e Arthur Lira caminham para um acordo. Mas, ao estenderem os braços, os dois percebem que seus dedos viraram linguiça e são grandes demais para permitirem aperto de mãos. Em vertigem, Lula tropeça e cai num arcabouço fiscal infinito.
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