Cientes do sucesso da missão onisciente de conscientizar-nos sobre o que é ou não ciência, Natália Pasternak e Carlos Orsi resolveram dar um passo além. O novo trabalho expande os horizontes do livro "Que bobagem!: pseudociências e outros absurdos que não merecem ser levados a sério" e vai impôr limites em outras áreas do pensamento humano.
O título do novo livro faz referência ao primeiro. Vai se chamar apenas "Que bobagem!". Esta coluna teve acesso com exclusividade a alguns exemplos contidos na nova publicação.
Pai de pet não é pai. Os autores questionam a ausência de estudos genéticos, testes de DNA ou certidões de nascimento que comprovem a parentalidade entre tutores e cães.
Salada de fruta não é sobremesa. Importantíssima delimitação que enaltece a natureza hedonista relacionada ao ato de degustar doces depois de uma refeição. Os autores destacam a ausência de um mísero cardápio que sentencie, de forma peremptória, a relação entre sobremesa e alimentos cítricos.
Mêsversário não é aniversário. Aqui vai uma questão civilizatória: celebrações com bolo, vela, cantos de "parabéns" e convidados ficam restritas aos ciclos de 365 dias.
Cunhado não é parente. Mesmo com a evolução provocada pelas novas configurações familiares, é preciso riscar uma linha no chão. Caso a sociedade permaneça sem delimitações claras como essa, estaremos abertos ao surgimento de figuras anômalas como o "cunhado de pet".
Cachaça não é água. Trata-se de uma evidência fartamente documentada em versos como "cachaça vem do alambique e água vem do ribeirão". Tampouco há registros de ressacas provocadas pela ingestão de água.
Focinho de porco não é tomada. Desde que o Brasil adotou a tomada de três pinos, esse mito caiu por terra. Já não havia nenhum hábito suíno que pudesse sugerir a divisão entre espécies de 110 ou 220 volts. Tampouco registro de que um abajur foi ligado quando sua tomada foi colocada em contato com o focinho de qualquer animal.
Curupira não faz Moonwalk. Observadores internacionais não constataram uma associação direta entre o pé virado para trás e o bailado notabilizado por Michael Jackson. É necessário alertar também para a ausência de provas de que Michael Jackson tenha sido um curupira.
Cavalo-marinho não puxa carroça. Essa imagem não aparece nos registros das expedições de Jacques Cousteau, nos documentários da National Geographic ou nos desenhos do Bob Esponja.
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