O Brasil não é capitalista, comunista, anarquista ou terraplanista. O Brasil é fisiologista.
Na vida pública, privada ou no crime organizado, o fisiologismo se alastrou pelo território nacional como uma tomada de três pinos. Nas relações políticas, comerciais ou criminosas, o que vigora é a troca de favores, o nepotismo, o clientelismo. Mais do que nunca, os benefícios individuais estão sempre acima do pensamento público.
Não é de hoje que os políticos agem como bandidos. De uns tempos pra cá, porém, com a consolidação das milícias e do PCC, também vemos os bandidos agindo como políticos —numa versão, digamos, privatizada.
Há, claro, diferenças marcantes entre a milícia e o centrão, principalmente no que envolve a escalada de violência explícita. Mas existem algumas interseções nos modi operandi.
Diante desse cenário, faça o teste: as sentenças abaixo se referem aos integrantes da milícia ou do centrão?
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Identificam as necessidades locais e passam a cobrar por serviços que já estavam disponíveis.
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Recorrem a extorsões, chantagens e coações para recolher pagamentos em troca de seus serviços.
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Vendem uma pseudoagenda moral contra o tráfico e os assaltos.
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Nunca receberam uma repreensão veemente de influentes pastores evangélicos, que estão mais preocupados em mirar sua indignação civilizatória justamente naqueles que os combatem.
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Enxergam o bem público não como aquele que é de todos, mas como algo que não é de ninguém —e que, portanto, precisa ter dono para gerar lucro e poder a seus correligionários.
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São bem relacionados no Judiciário e nas forças policiais.
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De vez em quando provocam o caos e incendeiam o país para mostrar sua força e seu poder cada vez maior.
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Como visam a obtenção de vantagens políticas, econômicas e sociais, manipulam a sensação de desamparo provocada pelo vácuo estatal nas regiões mais vulneráveis.
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Estão presentes em grande número na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
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Formam um poder paralelo
Resposta: ganhou quem respondeu que não sabe responder a esse teste. Se você tinha a pretensão de entender o Brasil, peço desculpas pela frustração.
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