Descrição de chapéu além do lixo IBGE

7 em cada 10 municípios têm catadores informais de material reciclável, diz IBGE

Proporção de 73,7% supera a de trabalhadores organizados em entidades como cooperativas e associações (27%)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Catadores autônomos ou informais de material reciclável estavam presentes em 73,7% dos municípios brasileiros com a gestão de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos em 2023, apontam dados divulgados nesta quinta (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em termos absolutos, o percentual equivale a 4.093 cidades de um total de 5.557. A proporção de 73,7% supera com folga a de municípios com catadores organizados em entidades atuantes na coleta seletiva, como cooperativas e associações.

Essas estruturas estavam presentes em 1.498 cidades, o equivalente a 27% do total com a gestão de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, que podem ser variados –de capina e poda de árvores até coleta seletiva.

Catador puxa carroça carregada de material reciclável na rua 25 de Março, região de comércio popular em São Paulo
Catador puxa carroça carregada de material reciclável na rua 25 de Março, região de comércio popular em São Paulo - Lalo de Almeida - 8.dez.22/Folhapress

As entidades de catadores, diz o IBGE, desempenham "papel fundamental" na gestão de resíduos sólidos, à medida que contribuem para a redução do volume de materiais destinados a aterros e lixões, promovendo a reciclagem e a inclusão social de trabalhadores.

"A presença de catadores organizados é essencial para o funcionamento da coleta seletiva, pois além de gerar renda para diversas famílias, esses grupos colaboram para a sustentabilidade ambiental e a economia circular", afirma o instituto.

Os dados divulgados nesta quinta integram um suplemento da Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais) 2023 sobre saneamento básico. Os dados são informados pelas prefeituras ao IBGE.

Conforme o instituto, o Sudeste registrou o maior percentual de cidades com catadores informais. Eles estavam presentes em 78% dos municípios da região com a gestão de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. O menor patamar foi verificado no Sul (70,2%).

O Sul também mostrou a maior proporção de cidades com entidades de catadores na coleta seletiva (35,5%), seguido pelo Sudeste (33,5%). Nesse indicador, o menor percentual foi registrado no Norte (16,7%).

O IBGE afirmou que 3.364 municípios com algum tipo de serviço de manejo de resíduos sólidos possuíam coleta seletiva de lixo em 2023, o equivalente a 60,5% do total. Não há uma série histórica comparável, de acordo com o instituto.

A coleta seletiva separa os materiais recicláveis dos não recicláveis, facilitando o reaproveitamento pelos catadores e pelas indústrias de reciclagem. Na coleta convencional, o recolhimento do lixo não é feito de maneira diferenciada.

"A gente investiga a gestão do serviço. Está perguntando para o município se ele possui a coleta seletiva na gestão", disse Fernanda Malta, pesquisadora do IBGE responsável pela apresentação dos dados.

Segundo ela, o instituto vai investigar no ano que vem, junto a prestadores de serviços, como entidades de catadores, dados mais detalhados sobre as características dos serviços.

"Ter a gestão da coleta seletiva, ok, mas como isso está de fato acontecendo? Essa informação a gente não tem aqui", disse.

"A partir do ano que vem, fazendo as perguntas para o próprio prestador de serviços, a gente consegue entender como estão a cobertura, as dificuldades, o tipo de resíduo que está sendo coletado. Vamos ter uma informação mais rica", acrescentou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.