Morte devido a causas externas é 2,7 vezes maior entre homens negros do que entre brancos

Diferença registrada em 2023 considera população masculina até 44 anos, segundo IBGE

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Rio de Janeiro

O número de mortes de homens pretos ou pardos de até 44 anos devido a causas externas foi 2,7 vezes maior do que o registrado entre brancos da mesma faixa etária em 2023.

É o que indicam dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As causas externas (ou não naturais) incluem óbitos por assassinatos e acidentes de trânsito, por exemplo.

Em 2023, situações do tipo foram associadas a 44,2 mil mortes de homens pretos ou pardos de até 44 anos e a 16,1 mil óbitos de brancos da mesma faixa etária.

Imagem mostra viatura policial durante operação na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro
Viatura policial durante operação na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli - 15.jul.24/Folhapress

O IBGE destacou a diferença na apresentação dos dados da Síntese de Indicadores Sociais, uma das principais publicações do instituto. O levantamento reuniu estatísticas do Ministério da Saúde.

"Na divisão por sexo e cor ou raça no ano de 2023, as diferenças mais marcantes foram encontradas entre os homens brancos e os pretos ou pardos", disse o instituto.

"O número de óbitos por causas externas apresentou-se, até 44 anos, para pretos ou pardos, 2,7 vezes o valor do número de óbitos de brancos", acrescentou.

A síntese não chega a detalhar os tipos de causas externas das mortes de pretos ou pardos e brancos. Porém, há um padrão já conhecido, segundo Clícian do Couto Oliveira, analista da pesquisa do IBGE.

"Estruturalmente, os homens pretos ou pardos morrem mais por mortes violentas, por assassinatos. Para os homens brancos, a principal causa externa é acidente de veículo de modo geral", afirmou a técnica.

Na síntese, o instituto ainda reuniu dados sobre o número total de mortes no Brasil nos últimos anos por diferentes motivos. O indicador aumentou de 1,3 milhão em 2019, antes da pandemia de Covid-19, para 1,6 milhão em 2020 e 1,8 milhão em 2021, durante a crise sanitária. Em 2022 e 2023, o número baixou para a faixa de 1,5 milhão em cada ano.

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