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Lançada nos EUA biografia do comediante Groucho Marx

da Reuters 14/05/2000 12h56
em Los Angeles

Na morte, o legado de Groucho Marx parece ser bem maior que em vida.

Enquanto muitos comediantes clássicos são apenas vagamente lembrados, ele se tornou o modelo de uma geração que chegou aos anos 70 com a necessidade de ter seu próprio "guia marxista" para alfinetar os políticos que promoviam a Guerra do Vietnã.

Agora está sendo lançada nos Estados Unidos a biografia "Groucho - the Life and Times of Julius Henry Marx" (Groucho - a Vida e os Tempos de Julius Henry Marx), escrita pelo crítico e ex-editor da seção de livros da revista "Time" Stefan Kanfer.

A obra sustenta a seguinte tese: Marx era, no palco e fora dele, uma pessoa amarga, solitária e por vezes cruel, cuja genialidade levava as platéias às gargalhadas mas empurrava suas mulheres às lágrimas e à bebida.

"Ele era o filho do meio. Seus dois irmãos mais velhos, Chico (Leonard) e Harpo (Adolph), eram adorados por serem os mais velhos, enquanto os dois mais novos, Gummo (Milton) e Zeppo (Herbert), também o eram", disse Kanfer. "Sua mãe chamava Groucho de 'o invejoso'." Ele queria ser médico e foi obrigado a subir nos palcos.

"Tudo isso fez dele uma pessoa aborrecida, insone, um homem que achava que um bom momento era quando podia ficar só e ler um livro. Duas de suas mulheres bebiam... a última delas era viciada em drogas. Ele tinha esse dom de encontrar mulheres nascidas para se sentirem mal", contou Kanfer.

O Groucho da vida real também queria ser aceito - um sentimento que levou a uma de suas mais famosas tiradas. Quando um clube de natação anti-semita recusou o ingresso de sua filha, ele respondeu: "Ela é apenas metade judia. Que tal se ela entrasse na água só até a cintura?".

O livro de Kanfer tem duas partes: a primeira retrata com alegria a história de sucesso dos Irmãos Marx, liderados por uma mãe agressiva e inspirados pela mistura étnica de Nova York.

Chico fazia o papel do imigrante italiano, com um inglês de sotaque carregado. Harpo era um irlandês mudo de sorriso angelical. E Groucho atuava como um imigrante judeu, sem sotaque, mas com sarcasmo e noção do absurdo.

A segunda metade do livro é um relato mais sombrio, enumerando os fracassos pessoais de Groucho, divórcios e os seus conturbados últimos anos, quando uma jovem atriz mentalmente perturbada tomou conta de sua vida. Groucho morreu em 1977.

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