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Após críticas de Trump, Congresso dos EUA precisa de acordo nesta sexta para evitar paralisação

Se lei de financiamento não for aprovada, serviços públicos dos EUA serão suspensos a partir deste sábado

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Alex Rogers
Washington | Financial Times

O Congresso dos EUA precisa encontrar um acordo nesta sexta-feira (20) para evitar uma paralisação do governo federal a partir das 0h deste sábado (21). O presidente da Câmara dos EUA, Mike Johnson, disse que o Congresso tentará pela terceira vez aprovar um projeto de lei de gastos que evitaria a paralisação.

O líder republicano da Câmara se recusou a dar detalhes específicos sobre a medida, mas disse que seu partido estava em "acordo unânime" para pagar os funcionários do governo, incluindo os militares, e fornecer ajuda aos agricultores e vítimas de desastres naturais.

"Não teremos uma paralisação do governo", disse Johnson a repórteres no Capitólio.

A imagem mostra o Capitólio dos Estados Unidos ao entardecer, com uma luz vermelha de sinalização à esquerda. O céu apresenta um tom suave, e a silhueta do edifício é destacada contra o fundo. Árvores sem folhas estão visíveis na parte inferior da imagem.
Prédio do Capitólio nos EUA - Kevin Dietsch/Getty Images via AFP

Na quarta-feira, os partidos Republicano e Democrata anunciaram um acordo para o financiamento do país, mas os republicanos voltaram atrás após críticas feitas pelo presidente eleito, Donald Trump.

Depois das críticas, houve a formulação de um novo texto, mas a Câmara dos Representantes rejeitou o projeto de lei de financiamento, que desta vez tinha o apoio de Trump. O novo texto teve 174 votos a favor e 235 contrários nesta quinta-feira (19).

Donald Trump tentou antecipadamente culpar o presidente Joe Biden e os democratas caso ocorra uma paralisação, o que fecharia temporariamente partes do governo e suspenderia o pagamento dos funcionários.

"Se houver uma paralisação do governo, que comece agora, sob a administração Biden, não depois de 20 de janeiro, sob 'TRUMP'", escreveu o presidente eleito em sua plataforma Truth Social. "Este é um problema para Biden resolver, mas se os republicanos puderem ajudar a resolvê-lo, eles o farão!"

O acordo criticado por Trump teria estendido os gastos do governo até 14 de março, enviado bilhões de dólares para comunidades atingidas por desastres naturais e suspendido os limites de empréstimos federais por dois anos —uma prioridade crucial para o presidente eleito.

O projeto de lei de mais de 1.500 páginas também incluía uma série de outras disposições, incluindo restrições ao investimento em tecnologia na China, um aumento salarial para membros do Congresso e pesquisa sobre câncer infantil.

Após a votação, Trump reiterou sua exigência por um projeto de lei de gastos que eliminasse o teto da dívida, que restringe quanto o governo pode emprestar. "O Congresso deve se livrar, ou estender até, talvez, 2029, o ridículo Teto da Dívida", escreveu em sua plataforma Truth Social. "Sem isso, nunca deveríamos fazer um acordo."

No entanto, até republicanos linha-dura do Congresso, que normalmente apoiam Trump de forma efusiva, estão resistindo a sua pressão para que elevem o limite da dívida federal norte-americana, mantendo sua crença de que os gastos governamentais precisam ser reduzidos e desafiando até promessas de vingança por parte do futuro mandatário.

Trinta e oito republicanos da Câmara dos Deputados votaram contra um projeto de lei do teto da dívida, agindo contra a vontade de Trump e mostrando os limites que o futuro presidente enfrentará para controlar o partido antes de assumir o cargo, em 20 de janeiro.

A presença iminente de Trump tem sido o maior fator complicador nas frenéticas negociações sobre um acordo de última hora. O republicano e seus aliados, incluindo o bilionário conselheiro Elon Musk, torpedearam um compromisso bipartidário inicial entre os líderes republicanos e democratas no início desta semana.

A turbulência resultante aumentou significativamente o risco de uma paralisação antes do Natal e criou uma crise política crescente para Johnson, um aliado de Trump, enquanto ele luta para unificar seu partido dividido e atender às demandas do presidente eleito.

Musk criticou o projeto de lei em sua plataforma de mídia social, X, dizendo que estava repleto de gastos excessivos. Johnson decidiu não colocar o projeto em votação depois que Trump e o vice-presidente eleito JD Vance se manifestaram contra ele.

Trump e Vance então exigiram que os legisladores também concordassem com uma extensão do teto da dívida, que limita quanto dinheiro os EUA podem emprestar para cumprir suas obrigações.

Johnson atendeu, reduzindo o projeto para pouco mais de 100 páginas e incluindo uma seção que aumentaria o teto da dívida por dois anos. Essa versão ganhou o endosso de Trump, que prometeu consequências políticas para qualquer republicano que se opusesse a ela.

A Câmara então votou esmagadoramente contra esse projeto na noite de quinta-feira, enviando os republicanos que controlam a câmara de volta à prancheta.

Os democratas, irritados porque o acordo bipartidário desta semana foi abandonado, culparam Musk por se intrometer no processo.

"A pedido do homem mais rico do mundo, que ninguém elegeu, o Congresso dos EUA foi lançado no pandemônio", disse a democrata Rosa DeLauro sobre Musk na quinta-feira.

Trump nesta sexta reforçou a pressão para que os legisladores concordem em suspender o teto da dívida.

"O Congresso deve se livrar ou estender, talvez até 2029, o ridículo Teto da Dívida", escreveu Trump no Truth Social. "Sem isso, nunca devemos fazer um acordo."

Se um novo projeto de lei for aprovado na Câmara na sexta-feira, ele precisará ir para o Senado, controlado pelos democratas, para aprovação, e depois para Biden para sua assinatura.

Com informações da Reuters

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