Às vésperas de deixar a Casa Branca, o presidente Joe Biden fez nesta segunda-feira (13) seu último discurso no Departamento de Estado e afirmou que deixará o cargo com os Estados Unidos "mais fortes" do que há quatro anos.
Biden afirmou que usará seus últimos dias na Presidência para trabalhar por um cessar-fogo na guerra entre Israel e Gaza. Também reforçou os investimentos que sua administração fez na Amazônia e no setor de energia limpa.
"O povo palestino merece paz e o direito de determinar seu próprio futuro. Israel merece paz e segurança real, e os reféns e suas famílias merecem ser reunidos. Por isso, estamos trabalhando urgentemente para fechar este acordo [de cessar-fogo]", afirmou.
"Estamos pressionando fortemente para concluir isso. O acordo que temos libertaria os reféns, interromperia os combates, proporcionaria segurança a Israel e nos permitiria aumentar significativamente a assistência humanitária", acrescentou o democrata.
Biden fez uma defesa enfática de suas políticas que estimulam a produção de energia limpa e criticou quem não acredita em mudanças climáticas, numa referência implícita ao próximo governo.
O presidente eleito, Donald Trump, diz que as mudanças não são causadas por ação humana e prometeu reverter uma série de medidas implementadas por Biden que estimulam a produção de energia renovável. O republicano ainda disse que irá investir em combustíveis fósseis.
"Eles estão errados. Estão completamente errados. [As mudanças climáticas] são a maior ameaça existencial para a humanidade. A transição para energia limpa já está acontecendo", disse Biden, sem mencionar o presidente eleito.
Em novembro, Biden foi à Amazônia, onde anunciou investimentos destinados à preservação ambiental. Foi a primeira vez que um presidente americano, no exercício do cargo, fez uma visita do tipo, segundo a Casa Branca. "Fizemos o maior investimento já feito em clima e em energia limpa em qualquer lugar da Terra", disse Biden nesta segunda.
O tom do discurso foi de defesa do legado na área de política externa, alvo de críticas, principalmente por Trump. O republicano culpa Biden pela guerra entre Ucrânia e Rússia. "Hoje posso informar ao povo americano que nosso poder nacional está muito mais forte do que quando assumimos. Nossa economia está em expansão, embora ainda haja mais trabalho a ser feito", disse.
Trump e outros analistas também são críticos à forma como se deu a retirada das tropas do Afeganistão por Biden, em 2021, o que foi defendido pelo presidente nesta segunda. "Acredito que, daqui para frente, a principal ameaça da Al Qaeda não virá mais do Afeganistão. E, assim, não precisamos deixar um número considerável de forças americanas lá", disse.
"Quando eu assumi o cargo, tive uma escolha aberta. Não vi razão para manter milhares de militares no Afeganistão. Acho que tenho minha agenda comigo e a mantenho."
Biden deixará o cargo na próxima segunda-feira (20), quando Trump tomará posse. Na quarta (15), ele fará um discurso televisionado de despedida à nação.
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