Descrição de chapéu Índia

Maior evento religioso do mundo deve atrair 400 milhões na Índia

Festival Kumbh Mela acontece a cada 12 anos e reúne multidão de peregrinos em águas sagradas dos rios Ganges e Yamuna

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Prayagraj (Índia) | AFP

Um multidão se reuniu no norte da Índia, nesta segunda-feira (13), para se banhar em águas sagradas no início do festival hindu de Maha Kumbh Mela, anunciado como o maior do mundo, com 400 milhões de peregrinos esperados em seis semanas.

Antes do nascer do sol, os fiéis entravam nas águas frias onde os rios sagrados Ganges e Yamuna supostamente encontram o mítico rio Sarasvati, que aparece nas escrituras antigas, para lavar seus pecados. "Sinto uma alegria tremenda", disse Surmila Devi, 45. "É como tomar banho em néctar."

"Para um hindu, é uma ocasião imperdível", disse Reena Rai, 38, empresária do estado de Madhya Pradesh, no centro da Índia, a mil quilômetros de Prayagraj, anteriormente conhecida como Allahabad, onde o rito acontece.

Uma mulher com cabelo castanho claro e uma blusa escura está sorrindo e levantando os braços enquanto água espirra ao seu redor. Ela usa um lenço rosa e está em um ambiente aquático, onde várias outras pessoas estão visíveis ao fundo, algumas parcialmente submersas na água.
Peregrina hindu mergulha nas águas sagradas de Sangam, confluência dos rios Ganges, Yamuna e do mítico Saraswati, durante festival Kumbh Mela, em Prayagraj - Idrees Mohammed/AFP

O primeiro-ministro Narendra Modi descreveu o festival como uma "oportunidade divina" para reunir "um número incontável de pessoas em uma confluência sagrada de fé, devoção e cultura".

Organizada a cada 12 anos, a edição deste ano, que vai até 26 de fevereiro, deve superar recordes, de acordo com organizadores.

As últimas celebrações religiosas realizadas na cidade de Prayagraj, em 2019, reuniram 240 milhões de fiéis, segundo o governo. Para efeito de comparação, a peregrinação anual muçulmana a Meca atraiu 1,8 milhão de fiéis em 2024.

Mesmo para o país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, relativamente acostumado à logística de celebrações em massa, o deslocamento de tantas pessoas representa um grande desafio.

Os organizadores instalaram 150 mil banheiros, 68 mil postes de iluminação pública e uma "cidade de tendas" em uma área com dois terços do tamanho de Manhattan, ilha de Nova York.

Uma multidão, principalmente da Índia, mas também do exterior, já havia se instalado no local no fim de semana.

Jaishree bin Shahtilal fez uma viagem de ônibus de três dias, partindo do estado de Gujarat. "Há muito tempo espero para tomar banho no rio sagrado", disse a mulher que fez o trajeto com os vizinhos.

Para homenagear sua "cultura hindu", Sonali Bandhyopadhya não hesitou em viajar de Nevada, no oeste dos EUA.

Apesar da chuva, os fiéis começaram a chegar às margens do rio no domingo (12) em meio ao som de tambores, comitivas de elefantes e tratores carregados com estátuas de divindades hindus.

Os devotos mais impacientes não esperaram o início oficial das celebrações, no amanhecer de segunda, para mergulhar nas frias águas sagradas. "Quando você entra na água, não sente mais frio", disse Chandrakant Nagve Patel, 56. "É como se eu fosse um Deus."

Os hindus acreditam que mergulhar nessas águas durante o Maha Kumbh Mela purifica os pecados e traz salvação. O evento é inspirado em uma batalha mitológica entre deuses e demônios por um jarro contendo o néctar da imortalidade.

Centenas de barcos estão prontos para aqueles que não se contentam em tomar banho na praia, mas querem ir até o ponto exato da suposta confluência entre os três rios, dois reais e um mítico.

A polícia indiana destacou um número significativo de agentes para garantir "segurança máxima" aos peregrinos, disse um porta-voz.

Cartazes em homenagem ao primeiro-ministro Modi, que deve participar dos ritos, estão expostos em Prayagraj. Em 2017, o Maha Kumbh Mela foi inscrito na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, que o descreveu como "o maior encontro pacífico de peregrinos do mundo".

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