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Promotor especial responsável por casos de Trump renuncia, diz site

Jack Smith liderou ações do Departamento de Justiça contra o republicano, mas teve de recuar após resultado da eleição

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Chicago | Reuters

O promotor especial Jack Smith, que liderou os processos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra Donald Trump sob acusações de tentar reverter sua derrota eleitoral de 2020 e de manuseio inadequado de documentos confidenciais, apresentou a sua renúncia a menos de duas semanas de o presidente eleito retornar à Casa Branca, informou o site de notícias Politico neste sábado (11).

Smith renunciou na sexta-feira (10) ao Departamento de Justiça, de acordo com documentos judiciais apresentados em um tribunal federal, disse o veículo. O órgão reúne atribuições equivalentes ao Ministério Público Federal brasileiro e também coordena as atividades do FBI, a polícia federal americana.

Um homem com barba e cabelo curto, vestido com um terno escuro e gravata, está em perfil. Ele parece estar em um ambiente forma. Ao fundo, há algumas pessoas, mas não estão claramente visíveis
Jack Smith, conselheiro especial do Departamento de Justiça dos EUA responsável por processos federais contra Donald Trump - Kevin Wurm - 1º.ago.23/Reuters

Ex-promotor de crimes de guerra, Smith moveu dois dos quatro casos criminais que Trump enfrentou após deixar o cargo, mas viu-os pararem depois que um juiz nomeado por Trump na Flórida rejeitou um e a Suprema Corte dos EUA —com três juízes nomeados por Trump— decidiu que ex-presidentes têm imunidade ampla de processos por atos oficiais. Nenhum dos casos foi a julgamento.

Após Trump derrotar a vice-presidente Kamala Harris na eleição de 5 de novembro, Smith abandonou ambos os casos, citando uma regra do Departamento de Justiça contra processar presidentes em exercício. Ao pedir aos tribunais que retirassem as acusações, a equipe de Smith defendeu o mérito dos casos que havia apresentado, sinalizando apenas que o iminente retorno de Trump à Casa Branca os tornava inviáveis.

A saída de Smith é mais um marco do colapso dos processos criminais contra Trump, que podem terminar sem consequências legais para o presidente eleito e provocaram uma reação que ajudou a impulsionar seu retorno político.

A renúncia era esperada. Trump havia dito que o demitiria imediatamente ao assumir o cargo em 20 de janeiro e sugeriu que poderia buscar retaliação contra Smith e outros que o investigaram assim que retornasse ao cargo.

Trump em 2023 se tornou o primeiro presidente dos EUA, em exercício ou fora dele, a enfrentar processo criminal, primeiro em Nova York, onde foi acusado de tentar encobrir um pagamento de suborno a uma estrela pornô durante sua campanha presidencial de 2016.

As acusações de Smith seguiram, como a de que Trump reteve ilegalmente material confidencial após deixar o cargo e tentou reverter sua derrota em 2020, uma campanha que provocou o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio. Promotores na Geórgia também acusaram Trump por seus esforços para reverter sua derrota eleitoral naquele estado.

Trump negou qualquer irregularidade e criticou as acusações como tentativas politicamente motivadas de prejudicar sua campanha. Ele arrecadou milhões em contribuições de campanha a partir de aparições no tribunal e usou os casos para impulsionar uma narrativa poderosa de que o establishment político estava contra ele e seus apoiadores.

O secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, nomeou Smith em novembro de 2022 —quase dois anos após o ataque ao Capitólio— para liderar as duas investigações em andamento do Departamento de Justiça sobre Trump. Essa decisão veio poucos dias depois de Trump anunciar uma campanha para retornar à Casa Branca na eleição de 2024.

Smith retornou a Washington vindo de Haia, onde trabalhou em casos de crimes de guerra decorrentes da Guerra do Kosovo de 1998-1999. Ele anteriormente liderou a Seção de Integridade Pública do Departamento de Justiça e trabalhou no escritório do promotor federal no Brooklyn, Nova York, desenvolvendo uma reputação como investigador tenaz.

Em Haia, Smith obteve a condenação de Salih Mustafa, um ex-comandante do Exército de Libertação do Kosovo que dirigia uma prisão onde ocorreram torturas durante o conflito.

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