Descrição de chapéu Estados Unidos

Trump não descarta uso de força militar para obter controle da Groenlândia e do Canal do Panamá

Presidente eleito dos EUA nutre agenda expansionista enquanto seu filho viaja à ilha que faz parte do reino da Dinamarca

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São Paulo

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (7) que não descarta o possível uso de força militar para tomar o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia, e justificou que o controle americano sobre ambos é vital para a segurança do país.

Questionado em entrevista coletiva se poderia garantir que não usaria coerção militar ou econômica para tentar obter o controle dos territórios, Trump disse, sem dar mais detalhes: "Não, não posso garantir nenhum desses dois. Mas posso dizer o seguinte: precisamos deles para a segurança econômica".

A declaração ocorre no mesmo dia em que uma comitiva de assessores e conselheiros —incluindo seu filho mais velho, Donald Trump Jr.— está na Groenlândia. Soma-se ainda a uma série de declarações de Trump que denotam uma agenda expansionista. O republicano reiterou repetidamente, por exemplo, seu interesse em transformar o Canadá em um estado americano —em resposta, o premiê canadense, Justin Trudeau, afirmou nesta terça que "não há a menor chance de que o Canadá se torne parte dos EUA".

Três homens estão posando para a foto em frente a um monumento em uma área coberta de neve. O céu está claro, com tons de azul e laranja, indicando o início da manhã ou do final da tarde. Os homens estão vestidos com roupas de inverno, e há outras pessoas ao fundo, além de casas e uma paisagem montanhosa
Donald Trump Jr. (centro) visita a Groenlândia junto com o novo diretor do Gabinete de Pessoal Presidencial de Trump, Sergio Gor (à esquerda), e Charlie Kirk (à direita), um ativista político conservador - Reprodução/Instagram/@DonaldJTrumpJr

Trump sugeriu que existe a possibilidade de impor tarifas sobre a Dinamarca caso o país resista à sua oferta de comprar a Groenlândia —o território é declaradamente autônomo, mas pertence ao Reino da Dinamarca. O premiê da Groenlândia, Mute Egede, declarou que a ilha não está à venda e, em seu discurso de Ano-Novo, intensificou a pressão pela independência. "Nosso futuro e a luta pela independência são nossos negócios", disse.

Um avião com a inscrição 'TRUMP' na fuselagem está estacionado em uma pista de aeroporto coberta de neve. Ao fundo, há uma paisagem urbana com edifícios e montanhas, sob um céu com tons de rosa e azul.
Avião com Donald Trump Jr., filho do presidente eleito, chega a Nuuk, capital da Groenlândia - Emil Stach - 7.jan.25/AFP

Ao chegar na capital da ilha, Nuuk, Trump Jr. disse à emissora local KNR: "Estamos muito felizes de estar aqui. Estamos aqui como turistas para ver este lugar incrível". Ele acrescentou que já havia falado com seu pai, "e ele diz olá a todos na Groenlândia", pontuou.

Além do filho, o novo diretor do Gabinete de Pessoal Presidencial de Trump, Sergio Gor, o novo vice-chefe de gabinete de Trump para assuntos legislativos, políticos e públicos, James Blair, e o empresário e ativista político conservador Charlie Kirk também viajaram para a região. "Como alguém que viajou para alguns lugares fascinantes ao redor do mundo, estou animado para parar na Groenlândia e me divertir um pouco esta semana", acrescentou Donald Trump Jr.

Além do controle sobre o território vizinho, o presidente eleito também afirmou querer mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América —"que nome bonito!", disse— e reiterou sua promessa de impor tarifas significativas ao México e ao Canadá.

As autoridades mexicanas e panamenhas não comentaram as falas de Trump. O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, já rejeitou a ideia de devolver o canal aos EUA, que o possuíam antes de entregar o controle ao Panamá em 1999, fruto de um acordo firmado nos anos 1970 sob o governo de Jimmy Carter.

Com Reuters

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