Descrição de chapéu Estados Unidos

Trump, 'o deportador', surge como Estátua da Liberdade em capa da Economist

Edição da revista usa símbolo da imigração nos EUA para explorar plano de deportação em massa do republicano

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São Paulo

Uma montagem mostrando Donald Trump no lugar da Estátua da Liberdade em Nova York estampa a capa americana da revista The Economist que circula a partir deste sábado (11), nove dias antes da cerimônia de posse do líder.

Montagem mostra Donald Trump com o dedo em riste sobre pedestal que pertence à Estátua da Liberdade em Nova York
Donald Trump surge no lugar da Estátua da Liberdade em capa da revista The Economist de 11 de janeiro de 2025 - Reprodução

A imagem, que aparece ao lado do enunciado "Donald the Deporter" (Donald, o deportador) é um comentário sobre os planos do presidente eleito para a imigração.

Uma das principais promessas de campanha do republicano era promover o "maior esforço de deportação da história" dos Estados Unidos. A revista busca em sua principal reportagem da semana estimar os impactos econômicos desse plano e entender seus potenciais limites.

Embora não fosse este o objetivo da França ao presentear os EUA com a Estátua da Liberdade no século 19, o monumento, localizado no porto pelo qual cerca de 14 milhões de estrangeiros chegaram em Nova York entre 1886 e 1924, acabou se tornando um símbolo da imigração no país.

A abertura de uma alfândega em Ellis Island, perto do marco, em 1892, reforçou essa associação, assim como um poema de Emma Lazarus, "O Novo Colosso", que retrata a estátua como uma "Mãe dos Exilados" oferecendo refúgio a eles. O poema foi gravado em uma placa de bronze na base do monumento em 1903.

A figura da estátua provavelmente foi inspirada na figura da deusa romana da liberdade, Libertas. Vestindo uma túnica clássica, ela ergue uma tocha com a mão direita e segura uma tábua com a data da Declaração de Independência dos EUA inscrita em numerais romanos com a esquerda.

O Trump que surge sobre o pedestal na montagem da Economist não reproduz a pose. Em vez disso, ele aponta para o horizonte com o dedo em riste, um gesto típico do republicano. Sobre a sua cabeça está um boné vermelho com o slogan de sua campanha, MAGA, acrônimo para "Faça a América grandiosa novamente" em inglês.

Não está claro como o presidente eleito cumprirá sua promessa de expulsar o maior número de imigrantes em situação irregular do país —eles hoje somam 12 milhões.

Trump adiantou, porém, que pretende expulsar do país os imigrantes que cometeram crimes; retomar uma lei de seu primeiro mandato que permitia expulsões automáticas sob justificativa sanitária durante a pandemia; e ressuscitar uma lei implementada há 226 anos que permite banir imigrantes em períodos de guerra declarada contra outras nações.

Especialistas alertam que algumas das propostas podem ser barradas por governadores dos estados democratas, que têm imenso poder no sistema legislativo federalista americano, e até mesmo pela Constituição.

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