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Renato Feder

São Paulo na vanguarda do uso consciente da tecnologia

Nova lei que restringe celular nas escolas visa melhorar aprendizado e convivência entre alunos

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Renato Feder

Secretário da Educação do Estado de São Paulo

O ano letivo de 2025 será marcado por uma mudança na rotina das escolas públicas e privadas do estado de São Paulo. Os celulares, cada vez mais comuns entre crianças e adolescentes, estão proibidos no ambiente escolar, como determina a lei. Respaldada pela sociedade, a medida foi aprovada na Assembleia Legislativa (Alesp) e sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), tornando São Paulo o primeiro estado do país a adotar medidas oficiais para restringir o uso de dispositivos eletrônicos visando à melhoria do aprendizado e da convivência entre os alunos.

Médicos e educadores apoiam a iniciativa e alertam para os riscos cognitivos e socioemocionais da exposição excessiva dos jovens às telas. Um estudo recente do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) revela que os alunos que usam constantemente esses dispositivos têm desempenho pior em matemática e leitura.

Para mitigar esses efeitos, a Secretaria da Educação (Seduc-SP), ainda em 2023, implementou uma regra que impede os estudantes de usar a internet da escola para acessar as redes sociais e aplicativos sem fins pedagógicos. Agora, com mais restrições previstas, a pasta vai coordenar o processo de regulamentação da nova lei.

Nossa proposta é estabelecer um amplo diálogo com pais, alunos e professores para definir as normas que vão orientar a nova rotina dos estudantes. Serão debatidas também as exceções à regra, principalmente para os casos de alunos com deficiência ou àqueles que dependam de suporte tecnológico para acompanhar as aulas.

Essa escuta atenta contribuirá ainda para o trabalho de conscientização dos estudantes a ser realizado pela secretaria. O objetivo é torná-los mais autônomos e esclarecer que a restrição ao uso do celular no ambiente escolar não significa a extinção da tecnologia do processo educacional.

Aliada a uma boa estrutura didática e pedagógica, a tecnologia contribui para a melhoria da proficiência dos estudantes, o desenvolvimento de novas habilidades e a ampliação do conhecimento. Um bom exemplo dessa sinergia pode ser visto nas unidades da rede pública estadual. Só neste ano, nossos alunos concluíram mais de 450 milhões de atividades nas plataformas digitais, escreveram quase 13 milhões de redações e atingiram resultados expressivos nas olimpíadas educacionais de matemática e de redação —iniciativas adotadas pela atual gestão.

Para incentivar ainda mais essas ações, o governo de São Paulo vai investir em 2025 mais de R$ 250 milhões na aquisição de novos computadores e notebooks. Mais do que ampliar o parque tecnológico da rede pública, a medida é compromisso da atual gestão para a melhoria da educação pública, aproximando as condições de ensino das escolas estaduais às da rede particular.

Temos consciência do desafio e do trabalho que teremos à frente, mas estamos convictos de que as medidas adotadas até agora estão na direção certa e vão contribuir para um futuro promissor para os nossos alunos.

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