A Polícia Federal vai investigar o ataque que matou dois moradores do assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba, na noite de sexta-feira (10). A informação foi confirmada em nota da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Coordenador do MST, Gilmar Mauro disse que o presidente Lula (PT) telefonou a ele para prestar solidariedade às vítimas. Segundo ele, o petista prometeu que equipes da Polícia Federal se deslocariam até o local para acompanhar as investigações do crime.
Por volta das 23h de sexta-feira (10), dez homens armados invadiram o assentamento no Vale do Paraíba e abriram fogo contra os moradores, de acordo com o movimento sem terra.
Oito pessoas foram atingidas e levadas ao Hospital Regional de Taubaté e ao Pronto Socorro de Tremembé, de acordo com informações do MST, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Dois não resistiram aos ferimentos: Valdir do Nascimento e Gleison Barbosa. As vítimas sobreviventes sofreram disparos nos pés, nas mãos e nas costas, segundo Gilmar Mauro.
Ainda de acordo com o dirigente, o assentamento sofre tentativas de invasão por conta da expansão imobiliária na região. "É uma tragédia anunciada. Já acionamos o Ministério Público e a Justiça, mas não aconteceu nada", diz Mauro.
Segundo ele, o ataque foi precedido de um primeiro encontro, em que moradores expulsaram um invasor da área. Os assentados então se reuniram no mesmo local, na tentativa de barrar uma nova invasão, e foram alvejados por um grupo armado.
O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido no plantão da Delegacia Seccional de Taubaté. Um homem foi abordado no local e autuado em flagrante por porte ilegal da arma.
O assentamento Olga Benário tem 690 hectares –cerca de 960 campos de futebol– e é regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desde dezembro de 2005. Cinquenta e duas famílias residem na área.
O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ainda não se manifestaram sobre o episódio.
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